It's Magic!



A vida é mágica!
E tal como num número de magia, se passas o tempo todo a tentar perceber o que está por trás da ilusão... perdes o espectáculo!
Deixa-te envolver pela magia. Deixa-te fascinar por ela. Deslumbra-te. Vive-a.
Escuta, não tens de saber todos os porquês... A curiosidade e a busca de conhecimento são enriquecedoras... porquanto não te escravizem. Aceita que haverá sempre coisas que te transcendem. Nesta maravilhosa sala de espectáculos não haverá ninguém conhecedor de todos os "truques" e seu funcionamento. Não te agastes tanto.
A magia é linda. Se te interessa saber mais sobre ela, investiga-a. Mas não te esqueças de também lhe apreciar a beleza.
Enjoy the show!




Sinto? Que seja!



É comum encontrar este tipo de discurso motivacional pelas redes sociais. Eu própria partilho alguns. E este é maravilhoso! Se o conseguires sentir, não hesites em viver dia a dia, do lado da felicidade!
Com o que tenho aprendido, faço o possível por me focar no Agora e adoptar a filosofia "Só por hoje". E é realmente fantástico quando o conseguimos integrar na nossa vida.
Mas presta atenção: SE e QUANDO o conseguires SENTIR - verdadeiramente.

Acredito que cá andamos para experienciar emoções. E o bouquet de emoções é vastíssimo. Não serão todas "boas", ou melhor, nem todas serão agradáveis de sentir. Mas todas são legítimas, todas trazem experiência, crescimento e aprendizagem.
Se hoje te sentes triste, pois que seja! Se sentes raiva, que seja raiva! Amor, paixão, solidão, entusiasmo, angústia, esperança, desilusão, alegria, ciúme - permite-te sentir! Tudo na vida serve um propósito, e tudo acontece quando e como deve acontecer. Não há por isso emoções "erradas". Estás a sentir o que tens de sentir no momento. E está tudo certo. Observa a emoção que estás a sentir, e aceita-a. Todas elas fazem parte da vida e do teu processo; por muito feias que sejam (ódio, inveja, rancor, desdém): observa e aceita. E deixa partir. O reconhecimento da emoção é o que te permitirá resolver e transformar. Fingires, tentares soterrar os teus sentimentos, isso sim, irá bloquear-te e envenenar-te.

Lembra-te: A vida é um jogo em que cada um terá de encontrar as suas regras; perceber o que funciona para si. O que partilho contigo é, sempre, o que me serve a mim. Aproveitarás o que ressoar contigo. Ou não.
Actualmente, a minha postura em relação a emoções - positivas ou negativas - é esta: permitir-me sentir, não camuflar. Se estou feliz, estou feliz; se estou triste, estou triste. Se hoje me apetece pular e cantar, pulo e canto; se me apetece chorar e gritar, choro e grito. As emoções devem ser vividas e libertadas; não reprimidas. Todas elas.
A minha escolha não incide nas emoções que sinto, mas nas que quero alimentar ou não. E eu opto por não alimentar as que me colocam num estado de dor. Não me permito entrar num processo de vitimização, entregando-me a emoções que me causam mal-estar. Tento perceber a origem da emoção: de onde vem? O que a provocou? Porque estou a sentir isto? É justificado? Houve algum acontecimento, de que eu tenha consciência, que a tenha despoletado? - Se sim: Não posso mudar o que aconteceu, mas então o que posso eu fazer para mudar o que sinto em relação ao que aconteceu? Se não (e podes estar triste ou irritado sem perceberes porquê), das duas uma: ou simplesmente aceito que é o que estou a sentir e que há-de passar, ou, se me interessa perceber a origem, tento chegar até ela (pela meditação, por exemplo).

A experiência pessoal diz-me que sufocar as emoções não me trará nada de bom.
Somos formatados numa série de crenças: os outros não têm nada a ver com a minha vida; os meus sentimentos só a mim dizem respeito; não vou estragar o ambiente porque estou chateada,... Resumindo: devemos estar sempre bem.
Por isso respondemos sempre afirmativamente à pergunta da ordem "Tudo bem?", que é feita já com o pressuposto da resposta: "Tudo, e contigo?" - Nem paramos para ouvir a resposta. É mais uma saudação do que propriamente uma pergunta. Mas não tem de estar sempre "tudo bem". Não há mal nenhum em estares mal! Não tens de conter a tristeza, tal como não tens de conter a alegria! Tens direito a estar triste, aborrecido, magoado, frustrado, o que for. E se é certo que não tens de contagiar os outros com o teu mal-estar, também não tens de fingir para o mundo um bem-estar que não sentes! Os outros que sejam inteligentes e não se deixem contagiar pela tua tristeza ou mau humor!
Não me lixem, não há ninguém que esteja sempre alegre e bem disposto! Ser feliz não implica ser imune a momentos de tristeza.
Mas é esperado que estejamos sempre bem... E então forçamo-nos a isso. Esforçamo-nos por manter a aparência, e pior que isso, muitas vezes enganamo-nos a nós mesmos, fabricando um falso bem-estar. Queremos tanto estar bem, que acreditamos que se nos convencermos de que estamos, ficaremos. Optamos por silenciar a voz que nos diz "estou mal". E, mais uma vez: se isso funcionar para ti; fantástico! É perfeitamente possível mudar o sentimento mudando o pensamento! Afinal, o pensamento tudo cria. E digo-te que por vezes eu consigo fazê-lo. Mas nem sempre... Se o sentimento continua lá, e só estás a fingir que o mudaste... atenção a isso.

Quanto mais depressa te libertares de um emoção desagradável, melhor para ti. Investe nisso. Aceita, sente, resolve dentro de ti e segue em frente. Acredita: de nada te servirá uma ilusão de bem estar.
Voltamos sempre ao mesmo: vive a tua verdade! Ri, chora, abraça, dança, descabela-te! Sente!! Sente tudo o que sentires!








A verdade, toda a verdade, e nada mais que a verdade



A tua verdade é o teu centro. Jamais encontrarás o teu centro fora de ti.
No fundo, esta é a base do teu bem estar. Sem identificares as tuas verdades não saberás quem és, andarás eternamente à deriva, e serás sempre um seguidor das verdades dos outros.


Numa discussão com um amigo sobre "a ordem natural das coisas", ele resolve contar-me um episódio ilustrativo: Quando mudara de casa, não tinha dinheiro para comprar uma aparelhagem "à séria". Então foi comprando CDs. Quando conseguiu comprar finalmente a aparelhagem dos seus sonhos, tinha uma colecção de 600 CDs.
Isto só aumentou o saudável debate, porque para mim aquilo era completamente absurdo! No lugar dele, eu teria comprado uma aparelhagem inferior para poder ir ouvindo os CDs que comprava, ou em vez de comprar CDs, teria juntado dinheiro para a aparelhagem dos meus sonhos. Aquilo apresentava-se-me como uma falta de lógica absoluta! Até porque ele continuaria a comprar CDs, e provavelmente acabaria por nunca ouvir os 600 que entretanto juntara!
Escusado será dizer que foi uma daquelas discussões em que acabámos por concordar em discordar. Qual de nós estava certo?! Os dois! Ele fez o que fazia sentido para ele, e eu teria feito o que me fizesse sentido.
Imaginemos que um amigo comum - um seguidor - se vê privado da sua aparelhagem e todos os CDs.
Ele ouviria as nossas duas versões, somava-lhes as opiniões de mais uns quantos amigos, e ficaria completamente perdido, sem saber qual a opção certa. Entregue à dúvida, nem aparelhagem nem CDs!

A indecisão inibe a acção. A incapacidade de reconheceres a tua verdade bloqueia-te; impede-te de agires. E a única coisa que importa perceber, é que não há uma opção certa; há a opção certa para ti. A resposta, só a encontrarás dentro de ti. Enquanto continuares à procura fora de ti, o mais provável é que aconteça uma de duas coisas: Ou a procuras só numa outra pessoa (namorada/o, irmã/o, amiga/o, Mestre,...) e adoptas a verdade dessa pessoa como tua; ou procuras aconselhar-te com todas as pessoas da tua confiança, e como cada uma terá a sua verdade, darás por ti preso em eternas dúvidas, a tentar perceber qual dos teus amigos estará certo.
Questionarmo-nos é positivo. Petrificarmos na infindável busca da resposta perfeita pode ser devastador. É que ela não existe... o que é perfeito para mim, não será para ti; e o que é perfeito hoje, deixará de o ser amanhã.

Eis algumas das minhas verdades sobre a minha verdade (daquelas que eu faço questão de me ir relembrando, nem que seja à força de bélinhas e beliscões):
  • A minha verdade é minha. - Ela serve-me a mim e só a mim. Ela faz-me feliz; não é uma fórmula universal de felicidade.
  • A minha verdade acompanhará a minha evolução. - Se eu sou um ser em constante transmutação, também a minha verdade mudará em função das minhas vivências e do meu crescimento.
  • Devo aceitar todas as minhas verdades, como parte integrante da grande verdade que sou Eu.
  • Posso e devo escutar as verdades dos outros, respeitá-las, e retirar delas o que me fizer sentido. 
  • Posso e devo partilhar as minhas verdades com os outros. Devo aceitar que os outros, tal como eu, só reterão das minhas verdades aquilo que lhes fizer sentido.
Isto pode ser mais complicado do que parece (daí que eu de vez em quando ainda tenha de me beliscar).
Mesmo para quem já tem alguma consciência do ego, do julgamento, do livre arbítrio; mesmo para quem já abdicou de ser dono da razão.
Ainda que movidos pela melhor das intenções, caímos frequentemente na tentação de impor a nossa verdade. Porque somos seres de afectos, e é muito difícil desapegarmo-nos completamente da "preocupação" com os que amamos. E se estamos bem e os vemos mal... a mente diz-nos que eles devem seguir as nossas pisadas, para que também eles fiquem bem. Um pouco como um pai financeiramente bem sucedido faz tudo para que o filho siga a sua profissão. Tudo em nome da felicidade de quem amamos!
Mas é aqui que tenho de fazer um esforço consciente para me lembrar das minhas verdades: "A minha verdade é minha. - Ela serve-me a mim. Ela faz-me feliz; não é uma fórmula universal de felicidade." É um erro tentar salvar os outros com a minha verdade. Ainda que bem intencionado, mas sempre um erro.


As minhas sugestões:

A ti, eterno angustiado:
Em caso de dúvida questiona-te: O que me faz sentido? Só quando conheceres as tuas verdades saberás quem és, e só aí saberás para onde ir. Até lá, continuarás paralisado, incapaz de agir, de concretizar, de viver. Pára de buscar orientação nos outros. Escuta-te. Não te deslumbres com a sabedoria alheia; a tua é-te tão ou mais valiosa. Só quando desistires de te perderes nos outros poderás encontrar-te em ti.

A ti, que já estás no teu caminho:
Lembra-te: esse é O TEU caminho. Dar a conhecer uma verdade é diferente de impô-la. E ajudar nem sempre implica mostrar caminhos; por vezes a melhor ajuda é simplesmente sairmos da frente, pararmos de atirar com as nossas arrogantes certezas, e deixarmos que o outro encontre o seu próprio trilho.
E aceitar que ele pode não escolher a direcção que se nós pudéssemos (ah, se pudéssemos!) escolheríamos para si.